sábado, 15 de junho de 2013

Cabral vai pressionar prefeitos do PT nesta segunda.

Em almoço, governador vai empurrar Pezão
Jornal do Brasil
Hoje às 19h00
Sérgio Cabral vai exercer todo seu poderio econômico e político de governador do estado para pressionar os dez prefeitos do PT no Rio a darem apoio ao vice, Pezão, na campanha do próximo ano. O encontro, marcado para um almoço no Palácio Guanabara, será uma continuação da reunião realizada no último dia 11 pelo prefeito de Niteroi, Rodrigo Neves – ex-secretário de Cabral – que tinha o mesmo objetivo e representou um confronto com a decisão do Diretório Estadual do PT que decidiu pela candidatura própria.

O jovem e arrojado Rodrigo Neves, de 37 anos, levou um puxão de orelha da bancada do PT na Assembleia Legislativa por ter organizado a reunião com os prefeitos. Ao final desse encontro, a maioria dos dez prefeitos petistas não assinou a nota distribuída pela assessoria de Neves e, constrangidos e acuados, sequer comentaram a reunião. A segunda etapa da pressão, no almoço desta segunda, também colocará os prefeitos numa situação difícil. Segundo uma alta fonte do PT do Rio, não há como eles recusarem o ”convite” de Cabral e o encontro, ressalta, deverá ser “um verdadeiro festival de constrangimentos”.

O almoço organizado pelo governador faz parte de sua tática de manter o PT do Rio sob tensão e, indiretamente, pressionar a presidente Dilma a aceitar Pezão como candidato único nas eleições do próximo ano. Aproveitando-se de um momento delicado por que passa a presidente, Cabral não deixa passar o momento que lhe é favorável e volta à carga usando todas as armas que estão à sua disposição.

Fazendo as pazes

Na passagem de Dilma pelo Rio, para lançar o PAC 2 na Rocinha, Cabral e Pezão organizaram uma verdadeira claque formada por moradores de outros bairros que lotaram diversos ônibus fretados, para dar um clima de campanha ao evento. Para Dilma não restou alternativa a não ser um discurso educado e de reafirmação da parceria com o governador. Nesse momento, para a presidente, não seria interessante manter uma relação estremecida com Cabral, após ficar sob ataque da mídia por conta dos resultados dos indicadores econômicos. Recentemente, Dilma e Cabral tiveram as relações abaladas por conta do açodamento do governador de empurrar o vice como candidato único da coligação.

Dilma precisa de Cabral e da parcela da opinião pública carioca que apoia o governador. Ao participar do evento na Rocinha, a presidente sinalizou com uma trégua para não ter abalos em sua pré-campanha e nem agravar o quadro de sua popularidade. O momento delicado em que se encontra a presidente, com queda de aceitação, mesmo que ainda não esteja em níveis preocupantes, acaba reduzindo sua atuação política. Por seu lado, Lindbergh Farias, pré-candidato do PT ao governo do Rio, estrategicamente sai de campo e se preserva. Por enquanto, o placar está favorável a Cabral, mas como ainda falta um longo caminho para as urnas, muita coisa pode mudar.

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